Todas as
sociedades têm seus padrões sobre
o que é belo e o que é feio, atraente ou não, símbolo de status ou
estigmatização. Na sociedade ocidental contemporânea isso tem chegado a
um ponto de gerar uma certa obsessão em busca do corpo "perfeito" ou forma
de expressão.
A Indústria da beleza vai muito bem. As pessoas estão cada vez mais
buscando produtos ou fórmulas milagrosas para ficarem "bonitas", magras,
"saradas". O padrão que é exibido na mídia, através de artistas, modelos, é
desejado por muitos. E ás vezes essa busca leva as pessoas a um caminho
contrário ao da saúde, como o da anorexia, bulimia ou vigorexia. E as cirurgias
plásticas? Não estão banalizadas? Não que eu seja contra, a cirurgia estética
tem um papel importante, o de dar autoestima a quem a procura. Mas o fato é
a procura é muito grande. Por que isso? Epidemia de baixa autoestima? Hoje
pode-se parcelar sua cirurgia e até acompanhar programas mostrando o
cotidiano de cirurgiões e seus pacientes.
E essa naturalidade com que é vista a mudança da aparência pode levar a
uma desconstrução da aparência ou até a deformidades. E as cirurgias de
redução de estômago? Necessidade em todos os casos ou um imediatismo em
se conseguir um corpo magro? Difícil responder, mas o preocupante é que
algumas pessoas estão até engordando para atingir o peso mínimo para fazer
a cirurgia. Bom para os cirurgiões. E as academias, estão lotadas? Será que o
uso de anabolizantes está crescendo? O fato é que esporadicamente nos
deparamos com notícias nos jornais sobre a morte ou complicações decorrente
do uso destes produtos.
O corpo também é usado como forma de expressão. A tatuagem, que antes
era marginalizada, virou obra artística, adereço cultural. Também é comum o
uso de piercings ou de modificações físicas (como o "body modification") e de
vestuário para traduzir as características de determinada tribo urbana.
Em outras culturas também usa-se o corpo para traduzir algo. Em alguns casos
o fato de não mudar o corpo é que é o diferente. Por exemplo, as mulheres
Mursi (Tribo da Etiópia) são famosas por usar alargadores no lábio inferior. Lá
isso é sinal de beleza.
Na Tailândia há a tribo Paduang, onde mulheres usam argolas no pescoço e
são conhecidas como "mulheres girafa".
E se procurarmos acharemos mais exemplos pelo mundo afora.
O fato é que o corpo é, e talvez sempre será uma grande forma de nos
expressarmos, relacionarmos. Cabe então uma reflexão e discussão sobre o
assunto e os diversos pontos de vista envolvidos.
Autor:
Marcelo Jacob
Disponível em: <http://medsaudesociedade.blogspot.com.br/2009/09/construcao-cultural-do-corpo.html> acessado dia 20/01/2015
vlw pelo resumo.
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