quinta-feira, 16 de abril de 2015

Construção Cultural do Corpo - 1° ano

Pode-se considerar o corpo humano como resultante da interseção entre a biologia e a cultura.
Todas as sociedades têm seus padrões sobre o que é belo e o que é feio, atraente ou não, símbolo de status ou estigmatização. Na sociedade ocidental contemporânea isso tem chegado a um ponto de gerar uma certa obsessão em busca do corpo "perfeito" ou forma de expressão. 

A Indústria da beleza vai muito bem. As pessoas estão cada vez mais buscando produtos ou fórmulas milagrosas para ficarem "bonitas", magras, "saradas". O padrão que é exibido na mídia, através de artistas, modelos, é desejado por muitos. E ás vezes essa busca leva as pessoas a um caminho contrário ao da saúde, como o da anorexia, bulimia ou vigorexia. E as cirurgias plásticas? Não estão banalizadas? Não que eu seja contra, a cirurgia estética tem um papel importante, o de dar autoestima a quem a procura. Mas o fato é a procura é muito grande. Por que isso? Epidemia de baixa autoestima? Hoje pode-se parcelar sua cirurgia e até acompanhar programas mostrando o cotidiano de cirurgiões e seus pacientes. 

E essa naturalidade com que é vista a mudança da aparência pode levar a uma desconstrução da aparência ou até a deformidades. E as cirurgias de redução de estômago? Necessidade em todos os casos ou um imediatismo em se conseguir um corpo magro? Difícil responder, mas o preocupante é que algumas pessoas estão até engordando para atingir o peso mínimo para fazer a cirurgia. Bom para os cirurgiões. E as academias, estão lotadas? Será que o uso de anabolizantes está crescendo? O fato é que esporadicamente nos deparamos com notícias nos jornais sobre a morte ou complicações decorrente do uso destes produtos. 

 O corpo também é usado como forma de expressão. A tatuagem, que antes era marginalizada, virou obra artística, adereço cultural. Também é comum o uso de piercings ou de modificações físicas (como o "body modification") e de vestuário para traduzir as características de determinada tribo urbana. 

Em outras culturas também usa-se o corpo para traduzir algo. Em alguns casos o fato de não mudar o corpo é que é o diferente. Por exemplo, as mulheres Mursi (Tribo da Etiópia) são famosas por usar alargadores no lábio inferior. Lá isso é sinal de beleza. 



Na Tailândia há a tribo Paduang, onde mulheres usam argolas no pescoço e são conhecidas como "mulheres girafa". 



E se procurarmos acharemos mais exemplos pelo mundo afora. O fato é que o corpo é, e talvez sempre será uma grande forma de nos expressarmos, relacionarmos. Cabe então uma reflexão e discussão sobre o assunto e os diversos pontos de vista envolvidos. 



Autor: Marcelo Jacob 
Disponível em: <http://medsaudesociedade.blogspot.com.br/2009/09/construcao-cultural-do-corpo.html> acessado dia 20/01/2015

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